Polícia

Motorista preso por matar jovem atropelada trocou mensagens com amigos após fugir sem prestar socorro: 'Não posso assumir isso'



Motorista preso por matar jovem atropelada trocou mensagens com amigos após fugir sem prestar socorro: 'Não posso assumir isso'
João disse que 'precisava seguir a vida' e não assumiria o crime — Foto: Arquivo Pessoal

O motorista João Pedro Silva Alves, de 23 anos, preso preventivamente por matar atropelada a jovem Estefany Ferreira Medina, de 20 anos, enviou mensagens a amigos após fugir sem prestar socorro à vítima.

Estefany foi atingida pelo carro em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras, entre São José do Rio Preto e Cedral (SP), na manhã de domingo (29). O suspeito de cometer o crime foi encontrado dormindo em casa horas depois de o atropelamento acontecer.

Na conversa obtida pelo g1 é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia.

 

  • João: tá aí?
  • Testemunha: sim, onde você está?
  • João: o que houve?
  • Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção?
  • João: seguinte, vocês não me conhecem.
  • Prints mostram conversa de João e testemunha — Foto: Arquivo Pessoal

    Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido.

    Testemunha: se puder volta lá e presta socorro amigo, por favor.João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece.

  • Suspeito pediu diversas vezes para que testemunhas não dissessem que o conhecia — Foto: Arquivo Pessoal

  • Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem "carreira para seguir".

     

  • João: eu não posso assumir isso
  • Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você.
  • João disse que 'precisava seguir a vida' e não assumiria o crime — Foto: Arquivo Pessoal

  • Atropelamento

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  • Segundo um amigo da vítima que estava no momento do atropelamento, Estefany aguardava a chegada de um motorista de aplicativo, sentada com outras pessoas, quando o veículo surgiu em alta velocidade.

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    "Ela foi arrastada por vários metros. A gente escutou o barulho do carro vindo, mas foi muito rápido. O motorista desceu do carro, viu a vítima e simplesmente voltou. Não prestou socorro algum", contou o amigo, que teve a identidade preservada.
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    João Pedro Silva Alves fugiu sem prestar socorro, mas foi encontrado, levado à delegacia e teve a prisão preventiva decretada — Foto: Arquivo pessoal
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    Ainda conforme o amigo da vítima, o motorista também quase atropelou outras pessoas que estavam com Estefany.

    "Curtimos muito a festa. Não imaginávamos que terminaria dessa maneira. Não fomos atingidos por centímetros. É uma cena que não vamos tirar tão cedo da mente. Não consegui dormir ainda", desabafou o amigo.

    Após fugir sem prestar socorro, João Pedro foi encontrado e levado à delegacia de Cedral. Ele confessou que havia ingerido bebidas alcoólicas, teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto.

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    Segundo a Polícia Civil, o motorista foi indiciado nesta quarta-feira (1º) por homicídio duplamente qualificado.

     

    O que diz a defesa

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    Carro usado pelo suspeito de cometer o crime à esquerda; vítima que morreu atropelada à direita  — Foto: Arquivo Pessoal
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    Em nota, Juan Carlo de Siqueira, advogado de defesa de João Pedro, informou que o caso é uma fatalidade. Disse também que, apesar do acusado estar bêbado na ocasião, qualquer outra pessoa poderia ter atropelado a vítima e os amigos, visto que estavam às margens da estrada.

    “Nossa defesa é para que não haja excessos acusatórios. De nossa parte, já formulamos um pedido de antecipação de provas visando que o juízo responsável pelo caso determine que um perito oficial realize perícia no local, respondendo aos vários quesitos que a defesa formulou, a fim de desenhar um quadro técnico e real sobre como de fato aconteceu o acidente, bem como já há um pedido de liberdade provisória formulado no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por meio de habeas corpus”, escreveu o advogado.

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    João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco.
  • Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu.
  • João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora.

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